14 outubro, 2014

Querendo entender sobre ibogaína?

Nas últimas semanas o interesse das pessoas pela ibogaína tem aumentado, consequência de notícias promissoras vindas de uma pesquisa da UNIFESP que mostrou uma eficácia boa desse tipo de tratamento.

Assim, para facilitar, já que o Blog tem muitas postagens, aqui está uma lista das postagens mais importantes para quem quer começar a se informar sobre o assunto.


Desmistificando a ibogaína

Pensando em tomar ibogaína? Leia isto primeiro

Conselhos antes de fazer um tratamento com ibogaína

Cuidado com os tratamentos piratas!



Ibogaína na grande mídia

 
A reportagem abaixo se refere ao trabalho da equipe da UNIFESP e do Plantando Consciência que publicaram importante pesquisa.
 
 

Contra vício, pesquisa usa substância semelhante à ayahuasca

A pesquisa indicou que a ibogaína é pelo menos cinco vezes mais eficiente para interromper a dependência química do que tratamentos convencionais

Daniel Mello, da

              
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Terpsichore/WikimediaCommons
Preparo de ayahuasca

Preparo de ayahuasca: a ibogaína tem efeitos semelhantes aos da ayahuasca, mas é mais potente

São Paulo - Estudo feito pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) indicou que a ibogaína é pelo menos cinco vezes mais eficiente para interromper a dependência química do que tratamentos convencionais. A substância é extraída da raiz da iboga, planta encontrada em alguns países africanos.

“Ela é usada desde a pré-história em rituais por tribos no Gabão, na África, que professam uma religião que se chama bwiti. Eles usam essa planta em rituais de entrada na vida adulta”, explicou o médico Bruno Chaves, um dos responsáveis pela pesquisa, em entrevista à Agência Brasil.

O estudo foi feito com 75 pacientes, entre usuários de crack, cocaína e álcool, entre janeiro de 2005 e março de 2013. Dos 67 pacientes homens, 55% ficaram livres do vício por, pelo menos, um ano. Entre as oito mulheres, a taxa foi 100%.
Os tratamentos convencionais interrompem o vício em um índice que varia de 5% a 10% dos casos. Os resultados do trabalho inédito foram publicados no The Journal of Psychopharmacology, da Inglaterra, uma importante publicação na área de psicofarmacologia.
Os participantes da pesquisa eram pessoas com histórico de dificuldades em deixar o vício. “A gente tem pacientes nesse grupo que, com 30 anos de idade, registram mais de 30 internações”, exemplificou Chaves.
Eles passaram por uma avaliação psiquiátrica e uma preparação psicológica antes de serem submetidos ao tratamento. “É importante que o paciente esteja motivado para aproveitar o efeito da ibogaína”, acrescentou o médico sobre o processo de seleção.
A ibogaína tem efeitos semelhantes aos da ayahuasca, bebida feita de plantas amazônicas usada em cerimônias religiosas. “A diferença é que a ibogaína é muito mais potente do que a ayahuasca. Para você ter uma ideia, o efeito da ayahuasca dura quatro horas. A da ibogaína dura de 24 a 48 horas”, explicou Chaves sobre a substância, que causa a sensação de expansão de consciência.
"O paciente começa a perceber melhor o que ele representa na vida, qual é a função dele no planeta, quais são as coisas que está fazendo certo, o que está fazendo errado”, detalhou o médico que acompanhou os pacientes durante a administração da medicação.
Na maioria dos casos, com apenas uma dose, o medicamento corta a vontade de usar drogas e impede crises de abstinência. “Ela equilibra a quantidade de neurotransmissores que há no cérebro e isso faz com que o paciente tenha uma sensação de bem-estar definitiva, não é só durante o efeito da medicação. A impressão que dá é que a ibogaína interrompe o processo que leva à dependência química”, explica Chaves.
Ao acabar com o interesse pela droga, o paciente tem, segundo o médico, mais facilidade de seguir com outras etapas do tratamento, como o acompanhamento psicológico, e retomar as atividades cotidianas. Ele alerta, no entanto, para que não seja feito o uso independente da substância, que pode ter feitos colaterais, como tontura, enjoo e confusão mental, durante o período de efeito.
O objetivo agora, de acordo com Chaves, é conseguir financiamento para um estudo mais amplo, com um número maior de pacientes e testes que possam mostrar os efeitos da ibogaína no cérebro.

30 setembro, 2014

Trabalho científico sobre o uso de ibogaína na dependência química


Foi publicado na revista Journal of Psychopharmacology, conceituado periódico científico britânico, o trabalho dos pesquisadores brasileiros da UNIFESP sobre o uso de ibogaína no tratamento da dependência química.

Treating drug dependence with the aid of ibogaine: a retrospective study. Schenberg, Comis, Chaves e Silveira, Journal of Psychopharmacology, 2014. DOI:

É o primeiro trabalho desse tipo publicado no mundo, focando no tratamento de dependência de estimulantes (cocaína, crack).

Já tínhamos falado desse trabalho em um post anterior, quando o projeto foi aprovado pela comissão de ética da UNIFESP.







Os autores desse trabalho são:

Eduardo Schenberg, Neurocientista, Universidade Federal de São Paulo, Departamento de Psiquiatria
eduardoschenberg@gmail.com

Maria Angélica de Castro Comis, Psicóloga, Instituto Plantando Consciência

Bruno Rasmussen Chaves, Médico Clínico, Instituto Hermelino Agnes de Leão, Ourinhos-SP
brunodrc@terra.com.br

Dartiu Xavier da Silveira, Médico Psiquiatra, PROAD - UNIFESP


Os resultados foram muito bons, 72% dos pacientes ficaram abstinentes por um período mínimo de 1 ano, o que é muitas vezes mais do que os tratamentos habituais, que tem uma eficácia de cerca de 5%.

Não aconteceram reações sérias, nem problemas que não pudessem ser contornados pelos responsáveis pelos pacientes.

A conclusão mais importante do estudo é que "os resultados sugerem que o tratamento com ibogaína, feito em hospital, com acompanhamento médico constante, substância de boa procedência, dose adequada e tratamento psicológico de acompanhamento é eficaz e seguro ."

Interessante que essa conclusão é o que sempre repetimos aqui no blog, tratamento com ibogaína é um procedimento médico, deve ser feito com acompanhamento especializado no assunto, usando ibogaína medicinal, de boa qualidade, não com pessoas iniciantes na área, em ambientes sem estrutura e usando ibogaína de baixa qualidade, isso quando é mesmo ibogaína.


Abaixo, um texto do site Plantando Consciência, um dos parceiros desse trabalho, sobre esse assunto.
O texto vale a pena.


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Plantando Consciência
 
Boghaga

Em Tsogo o verbo boghaga significa “cuidar de”. Na etnomedicina Africana, mais especificamente no Gabão e Camarões, uma planta especial recebeu o nome de eboghe, ou iboga (ou ainda eboga). Para cientistas ocidentais, a planta pertence à família Apocynacae, e recebeu o nome de Tabernanthe iboga. A raiz da iboga é usada há muito tempo em rituais xamânicos da cultura Bwiti para diagnosticar doenças e tratar males da alma. Com elas, os xamãs e os iniciados fazem viagens a reinos incomuns e contactam espíritos, antepassados e obtém informações úteis para o grupo social em que vivem.

bwiti-mougongo

No final do século XIX, durante a colonização da África pelas potências Européias, chegaram na França os primeiros relatos sobre o xamanismo Bwiti. E um exemplar da planta foi coletado na região do Gabão e do Congo por um médico da marinha Francesa. E logo no início do século XX, em 1901, uma molécula foi isolada e cristalizada a partir do extrato da raiz e recebeu o nome de ibogaína. Entre 1939 e 1966 um extrato da planta Tabernanthe manii, que também contém a molécula ibogaína, foi comercializado em comprimidos na França. Era vendido e utilizado principalmente por atletas que o utilizavam como estimulante, que supostamente também aumentava a produção de glóbulos vermelhos no sangue. Mas foi justamente na época em que o Lambarene saiu do mercado Francês que o uso mais intrigante e promissor da ibogaína foi descoberto. E de maneira totalmente inesperada.

howard lotsof pintura reduc

Howard Lotsof era um usuário de psicoativos, e com os amigos gostava de experimentar vários tipos de drogas. Usavam bastante opiáceos, sendo alguns do grupo viciados nas drogas. Certo dia compraram ibogaína de um comerciante, que lhes prometeu uma viagem muito mais louca e forte que qualquer outra coisa. E ele estava certo. O grupo tomou suas doses de ibogaína e alguns tiveram, provavelmente, a viagem mais longa e louca de suas vidas. Profundas alterações na consciência, rememoração de toda a vida e visões de cores, fractais, caleidoscópios e alienígenas são alguns dos efeitos relatados por usuários até hoje. Mas o efeito mais surpreendente de todos só foi notado depois, por Howard Lotsof. Apesar de ser usuário diário de opiáceos, ele só pensou novamente em usar heroína uns 3 dias após a experiência com a ibogaína. E quando isso aconteceu, ele imediatamente se surpreendeu. Aquilo era verdadeiramente incomum. Ele pensava em se drogar o tempo todo, de fato se drogava quase todos os dias. E de repente passou 3 dias com pensamentos em outros lugares, mas não nas drogas.

De lá pra cá a ibogaína se tornou um fenômeno underground nos círculos de abuso de drogas. Mas não porque as pessoas queiram usar ibogaína pra ter viagens loucas, como fez Lotsof, e sim porque as pessoas estão buscando, algumas desesperadamente, se livrar daquilo que a psiquiatria chama de dependência química: o uso abusivo, descontrolado, repetitivo e despropositado de drogas. Hoje estima-se que, no mundo, existem algumas centenas de milhares de usuários de drogas. E uma pequena parcela destes usuários, entre 10 e 20%, são considerados pela psiquiatria como dependentes químicos. Pra estas pessoas, que ficam dependentes, há muitas alternativas de tratamento, tanto no Brasil quanto no exterior. Igrejas, Alcoólicos Anônimos (AA), grupos de ajuda mútua, comunidades terapêuticas e diversas formas de psicoterapia. O problema é que a maioria destas opções, pra maioria dos pacientes, não funciona. Nos melhores casos, cerca de 30% dos participantes de determinado tratamento param de usar drogas. E frequentemente os casos de sucessos ficam abaixo dos 10%.

Outro fator que chama atenção é a quase absoluta falta de tratamentos farmacológicos para a dependência química. Se a medicina se desenvolveu rápida e bruscamente tendo como uma de suas principais ferramentas a farmacologia – comprimidos, pílulas, xaropes e até mesmo injeções – o tratamento da dependência química ficou pra trás. No caso dos opióides, bastante utilizados na América do Norte, há algumas opções de substituição, como por exemplo a metadona, que é oferecida como opção para usuários de heroína e morfina. Mas a metadona também vicia e causa vários problemas de saúde, e é bastante discutível se é um tratamento de fato, ou apenas a troca de uma droga ilegal por uma legalizada. Já no caso das bebidas alcoólicas, cigarro, cocaína e crack, bastante utilizados no Brasil, praticamente não há intervenção farmacológica disponível. Quando as pessoas estão passando pela famosa e difícil fase das fissuras – vontades quase que incontroláveis de usar droga novamente – é comum o uso de fármacos calmantes, os ansiolíticos, ou benzodiazepínicos. Mas isso não é exatamente um tratamento farmacológico para a dependência química propriamente dita, e sim um auxílio para a grande ansiedade que os pacientes sentem nesta fase.

Temos então um problema recorrente em nossa sociedade, de pessoas que abusam de drogas, alguns se viciam, e não temos remédios para ajudá-los a sair desse estilo de vida prejudicial e danoso. E é então como alternativa para ajudar estas pessoas que a ibogaína se destaca. Hoje foi publicado pelo Journal of Psychopharmacology, revista científica especializada em pesquisas variadas sobre substâncias psicoativas, o resultado de nossa pesquisa com ibogaína, conduzida nos últimos 3 anos. De maneira resumida, o que encontramos após entrevistar 75 pacientes dependentes foi que, após participarem no tratamento com ibogaína, 72% foram encontrados abstinentes. Esta taxa de sucesso inclui alguns pacientes que estavam abstinentes, mas com ajuda de outros tratamentos que foram buscar após o tratamento com ibogaína. Mesmo se descontarmos estes da taxa de sucesso, ficamos ainda com 61% dos pacientes se declarando totalmente abstinentes. Isto é ainda mais impressionante quando consideramos que vários destes pacientes já tinham feito outros tratamentos antes, de que começaram a usar drogas muito cedo, antes dos 15 anos (alguns começaram a beber álcool antes dos10) mas não conseguiam parar. E o tempo que ficaram abstinentes é igualmente impressionante: cerca de 5 meses pra quem tomou ibogaínba apenas uma vez e de mais de 8 meses pra quem tomou ibogaína mais de uma vez, sempre no hospital, acompanhado pelo médico responsável.

Mas nem tudo em tratamento de dependência se mede apenas com abstinência. Muitos haviam se divorciado, perdido emprego, abandonado a faculdade e se distanciado dos filhos. Alguns retomaram os estudos, outros voltaram a cuidar dos filhos e teve paciente inclusive que voltou a viver com a ex-mulher. Tudo isso nos indica que de fato a ibogaína tem um potencial extraordinário em ajudar abusadores de drogas a mudarem seu estilo de vida e a se reintegrarem na sociedade, redefinirem suas prioridades e objetivos de vida. Mas fica a questão: como a ibogaína ajuda estas pessoas a largarem um vício que tantos outros tratamentos fracassam? Pra entender melhor o que acontece, precisamos olhar além dos números e escutar estes pacientes, suas histórias, sua experiências psicodélicas com esta poderosa molécula. A jornada interior com a ibogaína é longa, profunda e muitas vezes bem dolorosa, até mesmo apavorante. Mas o resultado pode ser extremamente libertador, caso o paciente esteja disposto a enfrentar seus problemas, dores e traumas. E é aí que a atitude da equipe médica e psicológica pode fazer muita diferença. Algumas destas questões serão tema de um artigo vindouro, mas resultados parciais podem ser acompanhados no vídeo abaixo.



É importante também garantir a segurança de quem toma ibogaína. Em nosso estudo não encontramos nenhum caso de efeitos adversos graves, como surtos psicóticos, e também não houveram fatalidades. Isto é importantíssimo pois há relatos na literatura científica de casos em que o uso de ibogaína resultou em morte. Entretanto, sequer sabemos se nestes casos a substância ingerida foi de fato a ibogaína ou algum extrato contendo outras coisas, ou sequer contendo ibogaína. E também não sabemos a dose. Isto acontece pois em países como os EUA a ibogaína é proibida, simplesmente por ser considerada uma substância psicodélica. E isto leva os tratamentos a serem feitos em condições inadequadas, o que muito provavelmente está relacionado as fatalidades que ocorreram. Mas em uma condição jurídica favorável, como é atualmente no Brasil, verificamos que o tratamento médico feito com ibogaína farmacêutica de pureza bem estabelecida e dose conhecida, em ambiente hospitalar com acompanhamento médico e psicológico, não resultou em qualquer fatalidade ou evento adverso.

Concluímos portanto que sim, a ibogaína possui um potencial extraordinário para ajudar a “cuidar de” pacientes com uso problemático de psicoativos diversos. Sendo este cuidado feito dentro de ambiente terapêutico com acompanhamento médico, substância de procedência conhecida, dose precisamente estabelecida e apoio psicológico para atravessar a profunda jornada interior eliciada por esta substância, podemos estar testemunhando o nascimento de um novo e fascinante tratamento dentro da medicina psicodélica. Mas pra chegar lá, precisamos ainda aprofundar os estudos de segurança e eficácia, o que já estamos elaborando para o futuro próximo das pesquisas do Plantando Consciência.

E desde já fica nosso agradecimento especial a todos os pacientes que, voluntariamente, participaram desta pesquisa! E se você puder colaborar, clique abaixo e faça uma doação pela continuação destes estudos que foram, até o momento, 100% financiados pelo Plantando Consciência (Você também pode doar depositando diretamente em nossa conta corrente no Banco do Brasil, agência 6986-8 conta número 7459-4).

Referência: Treating drug dependence with the aid of ibogaine: a retrospective study. Schenberg, Comis, Chaves e Silveira, Journal of Psychopharmacology, 2014. DOI:

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A ibogaína "cuida" das pessoas, naquilo que elas necessitam, seja o que for.

03 junho, 2014

Como Psicodélicos estão salvando vidas

 
 
Vídeo bastante informativo. É importante nos despirmos de nossos preconceitos e perceber que realmente existem mais opções por aí do que gostariam de que soubéssemos....
A citação à ibogaína está aos 3:28 minutos.
 
Créditos:
 
Link original

26 abril, 2014

Aspectos legais relacionados ao tratamento com ibogaína


Nas últimas semanas temos visto uma inundação de notícias na mídia sobre a liberação, pela ANVISA,  do uso de medicamentos derivados da Cannabis Sativa (popularmente conhecida como maconha), para uso em pacientes (a maioria crianças) com quadros de convulsões incontroláveis.

Essa medida demostra sensibilidade e deve ser louvada. Parabéns à ANVISA.

A agência inclusive divulgou uma nota onde orienta como deve ser feita a importação desse tipo de medicamento.

Nessas situações, o problema não é a substância, mas o uso que se faz dela.

Coincidentemente, algumas destas orientações da ANVISA tambem servem para a ibogaína medicinal.

Apesar da ibogaína não ser restrita nem controlada no Brasil, e muito menos proscrita, como a Cannabis, o fato da ibogaína medicinal de referência não ser registrada no Brasil faz com que ela esteja sujeita às mesmas regras de importação. A diferença é que no caso da ibogaína, não é necessária a autorização prévia, por não se tratar de substância considerada droga ou entorpecente ou precursora nem submetida a regime especial. (Decreto nº 79094/1977 Art. 11, § 3º)

Observe na nota da ANVISA que é importante para que a importação seja legalizada que a medicação seja importada para uso pessoal e que o medicamento a ser importado, apesar de não registrado no Brasil, seja registrado em seu país de origem ou em outros países.

Além disso, para a importação ser legal é necessário que haja uma prescrição médica desse medicamento.

Então chegamos ao ponto: quando a pessoa decide que vai fazer um tratamento com ibogaína, aí então deve começar o processo de importação...com a prescrição do médico o medicamento é comprado no exterior e enviado ao Brasil no nome do paciente.

Essa medicação passa pela ANVISA nos aeroportos e é então liberada, desde que esteja cumprindo todas as normas de envase, rotulagem, lacre de segurança, datas de fabricação e validade, etc.

Então, locais onde se agenda o tratamento e já contam com a medicação disponível, já demonstram apenas aí, a irregularidade da situação, pois deveriam aguardar a encomenda para então comprar o medicamento. Se já tem o medicamento disponível é porque esse "medicamento" (se é que podemos chamá-lo assim, pois não tem origem conhecida nem é fabricado segundo as boas práticas farmacêuticas) entrou no Brasil "por baixo do pano", e fazendo assim, tanto quem vende como quem
compra está violando o artigo 273 do código Penal, sujeitando-se a penas altas.

Então, como já dissemos em outros posts, cuidado com essas ibogaínas "piratas", "similares" ou "genéricas", que são importadas irregularmente e não tem controle de qualidade algum, podendo causar mais prejuízos do que benefícios.

Temos aqui no Brasil uma variedade de profissionais não médicos realizando esses tratamentos, curiosos, massoterapeutas, enfermeiros, e até padres !!!

Algumas dessas pessoas talvez até estejam bem intencionadas, outras com certeza nem tanto, mas todas estão colocando os pacientes em risco.

Fora os casos de pessoas que compram a substância pela internet, pensando em tomar em casa, sem absolutamente nenhuma assistência.

Ibogaína é um procedimento médico. Deve ser realizada em ambiente hospitalar com acompanhamento médico.

A própria ANVISA reconhece isso, quando exige uma receita para que o remédio possa ser importado.

Então, resumindo, existe sim uma maneira de se fazer um tratamento com ibogaína, no Brasil, totalmente dentro da legalidade: basta apenas utilizar-se de medicamento que seja registrado em seu país de origem, validado por uma receita médica, e em nome do paciente, para uso pessoal.

A desvantagem de se fazer assim é que se tem de esperar uns dias pela chegada da medicação e pela liberação da medicação no aeroporto, pela ANVISA, mas será que não vale a pena, para evitar complicações legais depois?


03 março, 2014

Uma droga alucinógena da África pode curar vícios?


Fontes:
Hyperscience (português)
BBC (inglês)


Você talvez já tenha ouvido falar sobre isso. Nas rodas de conversa desde os anos 1960, alguns cientistas e ex-viciados em drogas defendem um tratamento radical para o vício: um alucinógeno chamado ibogaína, derivado de uma planta africana, que em alguns casos parece diminuir ou acabar com os sintomas de abstinência da heroína, cocaína e álcool.

Mas, se faz esse milagre todo, por que não é amplamente utilizado?



Histórias de sucesso

Por quase 15 anos, a vida de Thillen Naidoo foi governada pela cocaína. Ele cresceu em Chatsworth, um município nos arredores de Durban na África do Sul, cercado por drogas. Depois de uma infância conturbada e da morte de seu pai, ele virou-se para a cocaína.

Frequentemente discutia com sua esposa Saloshna, e às vezes até mesmo a abusava fisicamente. Até o momento em que conheceu
o Dr. Anwar Jeewa, em um centro de reabilitação em Chatsworth, Naidoo havia tentado parar de se drogar várias vezes e falhado.

Jeewa ofereceu-lhe uma solução radical: uma droga alucinógena utilizada em cerimônias tribais da África Central que acaba com o desejo de drogas. Naidoo estava ansioso. “Eu não sabia o que era ibogaína, nunca esperei que funcionasse”, disse.

Depois de vários exames médicos, ele recebeu uma pílula. Em pouco tempo, começou a alucinar. Ele viu enxames de peixes voadores sobre sua cabeça, sentiu a sala em torno dele se mover e um zumbido constante tocava em seus ouvidos. Cenas de sua infância piscaram brevemente diante de seus olhos.

Cada vez que alguém se aproximava para verificar se ele estava bem, ele sentia uma onda de medo.

O efeito alucinógeno foi passando durante a noite, mas nos próximos dias, Naidoo se sentiu estranho. Quando voltou para casa uma semana depois, percebeu que já não ansiava cocaína. Seis meses depois, ele ainda está sóbrio.

Ele frequenta um grupo de terapia de dois dias por semana, onde aprende as habilidades necessárias para manter um estilo de vida sem drogas. “Minha mente mudou. Eu nem posso olhar para trás e lidar com essas questões sem chorar e sentir pena de mim mesmo”, conta.

A história do alucinógeno

Jeewa estima que já tratou cerca de 1.000 pessoas com ibogaína. Entretanto, a substância permanece em grande parte não reconhecida pela maioria da classe médica.

A droga, derivada da raiz de uma planta chamada iboga, é usada há séculos pelos povos Bwiti do Gabão e Camarões, como parte de uma cerimônia de iniciação tribal.

Mas não foi até 1962, quando um jovem viciado em heroína chamado Howard Lotsof se deparou com a ibogaína, que seu valor como um tratamento da dependência foi descoberto.

Lotsof percebeu, após usar a planta, que não tinha mais compulsão por heroína. Ele se convenceu de que tinha encontrado a solução para o vício e dedicou boa parte de sua vida à promoção da ibogaína como um tratamento.

O que a ciência tem a dizer

Na visão dos cientistas, a ibogaína afeta o cérebro de duas maneiras distintas. A primeira é metabólica. Ela cria uma proteína que bloqueia os receptores no cérebro que despertam desejo, parando os sintomas da abstinência.

“A ibogaína tende a acabar com a abstinência imediatamente, trazendo as pessoas de volta ao seu estágio de pré-dependência”, diz Jeewa. Na desintoxicação normal, este processo pode levar meses.

Seu segundo efeito é muito menos entendido. Ela parece inspirar um estado de sonho que é intensamente introspectivo, permitindo que os viciados pensem sobre problemas em sua vida que eles usam o álcool ou as drogas para suprimir.

Mesmo assim, a ibogaína teve pouco sucesso e foi proibida nos EUA, junto com a psilocibina (cogumelos) e LSD, em 1967. Na maioria dos outros países, a substância continua não regulamentada e não licenciada.

Lotsof montou uma clínica privada na Holanda na década de 1980 para tratar com a substância, e desde então clínicas semelhantes surgiram no Canadá, México e África do Sul. Essas clínicas operam em uma “área confusa”, legalmente falando.

Estudos e resultados

Um pequeno grupo de cientistas ainda está trabalhando para tornar a ibogaína um tratamento padrão.

No início de 1990, Deborah Mash, neurocientista e especialista em dependência da Universidade de Miami, EUA, descobriu o trabalho do Dr. Stanley Glick, um cientista que havia pesquisado o efeito da ibogaína em ratos.

Glick viciou os ratos em morfina, um analgésico opiáceo, permitindo-lhes que a tomassem através de um tubo. Ele então deu-lhes ibogaína, e descobriu que eles voluntariamente pararam de tomar morfina.

Ao mesmo tempo, Howard Lotsof entrou em contato com Mash e eles começaram a trabalhar juntos. Em 1995, conseguiram aprovação para investigar o seu potencial em seres humanos.

Mas estes testes custam milhões de dólares, e eles não conseguiram subsídio para a pesquisa. Normalmente, esse dinheiro viria de grandes empresas farmacêuticas, mas drogas como a ibogaína oferecem pouco potencial de lucro.

Ela só precisa ser tomada uma vez, ao contrário de tratamentos convencionais para o vício em heroína como a metadona, que é um substituto e viciante em si. Também, as empresas farmacêuticas ganham dinheiro patenteando produtos químicos novos, mas a ibogaína é uma substância que ocorre naturalmente e é difícil obter uma patente sobre isso.

Histórias de horror

A ibogaína também vem com alguns riscos. Ela retarda o ritmo cardíaco e, quando administrada a ratos em doses muito elevadas, danificou o cerebelo, uma parte do cérebro associada com a função motora.
Há 10 mortes sabidamente associadas com a droga. Seu uso desregulado também levou a algumas histórias de terror.

Fóruns online estão repletos de contos onde a ibogaína foi administrada em quartos de hotel ou na casa do paciente, sem apoio médico. Um alcoólatra diz que pagou US$ 10.000 (cerca de R$ 18.300) e ela não funcionou. Sua respiração não foi monitorada e ele não fez nenhum exame ou check-up antes de tomá-la.

A ibogaína também tem um problema de imagem. “Tem muita bagagem política, e muita gente já não acredita em seu potencial”, diz Glick.

Experiência prática

Depois de não conseguir obter financiamento para sua pesquisa, Mash abriu um centro de pesquisa clínica privada na ilha de St. Kitts, no Caribe, em 1996. Lá, ela coletou dados em 300 viciados desintoxicados através da ibogaína.

Ela diz que todos os pacientes apresentaram algum efeito sobre seu vício. 70% entraram em remissão por vários meses e muitos anos. Os dois primeiros pacientes da clínica ainda estão sóbrios, 16 anos depois.

“O vício em cocaína é terrível. Conseguir que as pessoas larguem o crack? Boa sorte. Mas nós fizemos isso, nós conseguimos romper viciados intratáveis”, conta.

Decidida a levar o tratamento a mais pessoas, Mash está agora trabalhando com o setor privado para criar uma versão da droga que será mais atraente para as empresas farmacêuticas.

Ela está trabalhando para isolar a noribogaína, uma substância criada a partir da ibogaína no fígado, que ela acredita ser responsável por inibir desejos, mas sem o efeito alucinógeno.

Porque não estudá-la?

Os cientistas têm poucas esperanças de que a droga seja aprovada nos EUA e lamentam que pesquisa significativa sobre a ibogaína nunca tenha sido feita.

De acordo com um psiquiatra e especialista em dependência, o Dr. Ben Sessa, o momento para esta pesquisa poderia finalmente ser agora. Nos últimos dois anos, ocorreu os primeiros estudos científicos publicados sobre o uso de MDMA (ecstasy) em vítimas de trauma, e psilocibina na psicoterapia, e um estudo semelhante sobre LSD está previsto para este ano.

O que é necessário, diz ele, é um único estudo, em que um grupo de viciados tome uma dose padronizada da droga e outro grupo tome um placebo, ambos acompanhados de um plano completo de tratamento de 12 passos de desintoxicação.

Os médicos dizem que, apesar do potencial da ibogaína, as pessoas precisam entender os limites da droga.

“Quando você tem um paciente que está finalmente livre de drogas e cujo cérebro está de volta ao seu pleno potencial, então você pode ajudá-lo a mudar seu estilo de vida”, diz Jeewa. “Mas a ibogaína apenas ajuda a interromper o vício, não é uma cura mágica. Tem que ser tomada no ambiente certo, e seguida por tratamento e atenção psicossocial”, finaliza.[BBC]

Meu comentário: excelente artigo, bem escrito, realista. Apenas uma correção: A ibogaína não é exatamente um alucinógeno, esse erro é comum, ela na verdade é uma substância onirofrênica (que induz ao sonho).
Maiores explicações sobre esse assunto aqui.

Fora isso, a tradução deixou para trás dados importantes que constam do original em inglês, então vou me reservar o direito de eu mesmo traduzir e incluir no artigo acima, tão logo seja possível.

Fonte:
Hyperscience (português)
BBC (inglês)




20 fevereiro, 2014

Mortes poderiam ser prevenidas


Fonte: internet


Aqui está o link para uma interessante reportagem (por enquanto em inglês, não tive tempo de traduzir) sobre como as mortes de muitas pessoas (inclusive  a recente morte do ator Phillip Seymor Hoffman) poderiam ser evitadas se a ibogaína estivesse disponível nos EUA. Mas infelizmente, devido a interesses das multibilionárias indústrias farmacêuticas, as pessoas continuam sem opções eficazes para se tratar, sendo obrigadas a aderirem a programas ineficientes , recaindo, e morrendo de overdose. Quando será que os governos vão acordar??

01 fevereiro, 2014

Ibogaine Explained - A Ibogaína explicada






Interessante livro sobre ibogaína, infelizmente, por enquanto, apenas disponível em inglês. Fala sobre a história, as pesquisas científicas, como os tratamentos funcionam, e como fazer o tratamento ser o mais produtivo possível nas semanas e meses que o seguem.

O autor, Peter Frank, fala de primeira mão, já tendo sido submetido ao tratamento e já tendo tambem ajudado inúmeras pessoas com a sua experiência.



Disponível para compra na AMAZON

Aqui neste link o site do livro




30 janeiro, 2014

Desmistificando a Ibogaína

 

Estamos republicando esta postagem, pois de todas as postagens do Blog, é a mais lida. Inclusive tem sido compartilhada em inúmeros outros blogs, às vezes até, sem citação da fonte. Mas como algumas pessoas têm tido dificuldade de encontrá-la, aqui está novamente.

Muito se tem falado a respeito da Ibogaína aqui no Brasil nos últimos tempos... bem e mal, com discussões apaixonadas, e, às vezes, desprovidas de cunho científico e repletas de preconceito.

Para quem não sabe, Ibogaína é uma substância extraída da planta Tabernanthe iboga, originária do Gabão, e planta sagrada utilizada nos rituais da religião Bwiti, religião e rituais estes existentes desde a pré-história. Em 1962 Howard Lotsof, na época dependente de heroína, descobriu que uma única dose de Ibogaína foi suficiente para curar a dependência sua e de alguns amigos. A partir daí surgiu com força uma rede internacional de provedores de tratamentos para dependência em todo o mundo, alguns oficiais, outros underground. Desde essa época até hoje cerca de 19.000 pessoas já fizeram o uso médico da substância, com resultados, em sua maioria, muito bons. Realmente os efeitos são surpreendentes, e, em muitos casos, ocorre uma melhora do quadro de dependência significativa, em apenas 24 horas.

Como tudo que é diferente, e como tudo que é inovador, existem também em relação à Ibogaína controvérsias e dúvidas, que tem origem na desinformação e no preconceito, e algumas vezes também em interesses econômicos. Este texto visa esclarecer as dúvidas e orientar as pessoas sobre o assunto. É interessante o fato de que a maioria das pessoas que é contra esse tratamento, não sabe absolutamente nada a respeito, mesmo alguns sendo renomados profissionais da área. É o estilo “não li e não gostei”. Na área da dependência química no Brasil, alguns egos são imensos.

Sempre que se fala de Ibogaína, cita-se o fato de a mesma ser proibida nos Estados Unidos e em mais 3 ou 4 países, sendo em todos os outros (inclusive no Brasil) isso não ocorre. Pelo contrário, o Brasil é um dos pioneiros nesse tratamento e os profissionais envolvidos, apesar de pouco conhecidos aqui, têm reconhecimento internacional. Essa proibição da Ibogaína em poucos países deve-se à desinformação e a interesses econômicos e políticos.

Primeiramente, essa medicação não interessa à grande indústria farmacêutica, visto ser derivada de plantas, com a patente de 1962 já expirada, tendo, portanto, um baixo potencial de lucro.

Alem disso, em muitos locais, o preconceito contra os dependentes faz com que eles sejam vistos como pessoas que não merecem serem tratadas e sim presas ou escorraçadas. Assim sendo, o fato da Ibogaína ter sido descoberta por um dependente químico, para algumas pessoas, já a desqualifica.

Fora isso, o falso conceito de que a planta é alucinógena, gera uma quase histeria em determinados profissionais da área, que mal informados, com má vontade, e baseados em informações conflitantes pinçadas na internet, repassam informações errôneas adiante. A Ibogaína não é alucinógena, é onirofrênica, (Naranjo, 1974; Goutarel, Gollnhofer, and Sillans 1993), ou talvez seja melhor dizer, remogênica, ela estimula a mente de maneira a fazer com que o cérebro sonhe, mesmo com a pessoa acordada. Isso é comprovado por inúmeros estudos ao redor do mundo, mas é fácil confirmar, basta fazer um eletroencefalograma (EEG) durante o efeito da substância pra se ver que o padrão que vai aparecer é o do sono REM, não de alucinações. Alem disso, a ibogaína não se liga ao receptor 5HT 2a, o alvo clássico de alucinógenos como LSD, por exemplo.

Outra crítica relacionada à Ibogaína, que é sempre citada, são as até agora 14 mortes que ocorreram, em 48 anos, como comentado acima, em cerca de 19000 tratamentos realizados. Isso dá menos de 1 fatalidade em cada 1000 tratamentos, número muito menor por exemplo do que as fatalidades provocadas por metadona, que é outra substância utilizada no tratamento da adicção, e que é de 1 fatalidade para cada 350 tratamentos.
O detalhe, sempre deixado de lado pelos detratores da Ibogaína, é que em todos os casos de fatalidades registrados, comprovadamente se detectou o uso sub-reptício concomitante de heroína, cocaína e/ou álcool, confirmado por necropsia, o que nos leva à conclusão de que não existem fatalidades relacionadas à Ibogaína e sim à heroína/cocaína/álcool e à mistura dessas substâncias... além disso, poucas coisas no mundo são mais mortais do que usar drogas.. isso sim é perigoso.

Mais outra crítica é sobre o uso em humanos, sendo que no Gabão, há 5000 anos humanos já usam a substância em seus rituais, sem problemas. Já foram feitos vários trabalhos científicos, por cientistas renomados, que comprovam a baixa toxicidade e a segurança do tratamento, desde que feito dentro dos protocolos.

A taxa média de eficácia da Ibogaína para tratamento da dependência de crack é de 70 a 80%, que é altíssima, principalmente se lembrarmos que, além de ser uma doença gravíssima, as taxas de sucesso dos tratamentos tradicionais é de 5%. Incrivelmente, essa taxa de 80% também é alvo de críticas... Porque não são 100%, eles dizem? Já que é tão bom, porque não cura todo mundo? Ora, nenhum tratamento médico é 100%, existem variáveis ponderáveis e imponderáveis que influenciam a evolução dos pacientes, como motivação, características individuais de cada paciente, preparação adequada, com psicoterapia pré e pós tratamento de alto nível, tudo isso faz com que haja variações na eficácia. O fato é que a Ibogaína é hoje, de longe, o tratamento mais eficaz contra a dependência que se tem notícia, em toda a história da humanidade. Feito com os cuidados necessários, é seguro, eficaz, e não existem relatos de seqüelas, nem físicas, nem psicológicas.
Estudos em fase de publicação mostram que a eficácia do tratamento sério, bem feito, é de 72%.

Assim sendo, pessoas que vivem da cronicidade da doença, para as quais não interessa que haja cura e sim perpetuação do quadro, e assim, indiretamente, perpetuação dos lucros, se insurgem contra ela.

Em toda a história da humanidade, as inovações, as mudanças de paradigma, sempre foram combatidas.

E apenas mais um detalhe: as outras opções de tratamento, são bastante ineficazes, para que se possa dar ao luxo de não dar à ibogaína a atenção que ela merece.






Postado em 20/02/2010
Atualizado em 08/12/2010, 17/06/2011, 07/07/2011,em 30/01/2014 e 20/06/2014

28 janeiro, 2014

Cuidado com os tratamentos piratas!!!

Venho hoje comentar sobre a grande variação na qualidade das substâncias vendidas e fornecidas por aí, como se fossem ibogaína. Já expliquei em postagens anteriores que só existe uma ibogaína medicinal, fabricada segundo as "boas práticas de manufatura" ou "Good Manufacturing Practices, GMP", que é o padrão para medicamentos em todo o mundo. A medicação GMP é a ideal para ser usada, é pura, sem contaminantes e muito menos tóxica que as não GMP ou piratas como são chamadas.

Preocupados com essa grande oferta pela internet e por clínicas espalhadas pelo mundo (inclusive no Brasil) que oferecem substâncias de origem desconhecida, e sabendo de vários casos ocorridos na Europa e Estados Unidos, onde pessoas tiveram de ser hospitalizadas após ingerir essas ibogaínas "piratas", a ICEERS, uma ONG holandesa que promove conhecimento sobre plantas medicinais, ibogaína e ayahuasca, iniciou o Projeto de Análise de Iboga, visando como o nome diz, analisar em laboratório a composição de amostras de ibogaína fornecidas em todo o mundo. As conclusões são preocupantes, pois a maioria das amostras tinha contaminantes vários, substâncias que ingeridas poderiam causar reações imprevisíveis.
E uma das amostras nem sequer era ibogaína, o que é um problema para o qual temos alertado ultimamente... existe gente por aí (aqui no Brasil tambem!!) vendendo gato por lebre, ou seja, a pessoa acha que vai tomar ibogaína e na verdade está tomando sabe-se lá o que.

Aqui está o link para os resultados da pesquisa (em inglês)

Você não tem garantia do que está tomando e muito menos idéia do efeito que isso pode causar.

Usar ibogaína é um procedimento delicado para o corpo e para a mente, deve ser realizado em ambiente protegido e monitorado. Evite locais onde esse tratamento é feito por curiosos, que, mesmo bem intencionados, são inexperientes, não tem a formação adequada e usam produtos não confiáveis.

Leia os posts anteriores onde se explica bem essa questão da segurança.