22 março, 2010
Ayahuasca - Caso Glauco
Impressionante o grau de desinformação das pessoas... toda essa histeria a respeito do assassinato do grande cartunista Glauco, culpando a ayahuasca e a religião do Santo Daime... as pessoas se esquecem que a droga que mais promove a violência é o álcool, vendido livremente, até para menores.
14 março, 2010
Pra pensar
"É presunção desdenhar ou condenar como falso aquilo que não parece provável" - Montaigne (1533-1592)
08 março, 2010
05 março, 2010
Toxicidade da ibogaína
Hoje gostaria de comentar sobre o assunto toxicidade da ibogaína. Sempre que se fala nesse assunto, surgem comentários sobre um trabalho realizado em 1993, em camundongos, utilizando-se 100 mg/kg de ibogaína, administradas intraperitonealmente (injeção no abdomen). Essa dose causou degeneração das células de Purkinje (células contidas no cerebelo) e esses resultados preocuparam os pesquisadores envolvidos.
Novos trabalhos sobre o assunto concluiram que haviam dados a serem considerados antes de se tirarem conclusões precipitadas:
- a dose utilizada era mais de 6 x maior que a dose habitualmente utilizada para tratamentos, que normalmente é de 15 mg/kg;
- a via de administração intraperitoneal aumenta a absorção, facilitando a toxicidade, ao contrário da via oral, habitualmente utilizada;
-aparentemente existia uma sensibilidade específica dessa raça de camundongos, visto que estes resultados nunca mais foram reproduzidos em outros animais
Segundo o trabalho abaixo, a mortalidade de camundongos aos quais foram administrados 100 mg/kg de ibogaína via oral foi ZERO
Acute toxicity of ibogaine and noribogaine.
Kubiliene A, Marksiene R, Kazlauskas S, Sadauskiene I, Razukas A, Ivanov L.
Department of Analytical and Toxicological Chemistry, Kaunas University of Medicine, A. Mickeviciaus 9, 44307 Kaunas, Lithuania. astakubiliene@gmail.com
Assim sendo, uma equipe da Universidade de Miami resolver realizar outra pesquisa para esclerecer melhor os fatos, utilizando-se de chipanzés, visto esses serem mais comparáveis a humanos,e as conclusões estão baixo:
Medication Development of Ibogaine as a Pharmacotherapy for Drug Dependence,Deborah C. Mash, Craid A. Kovera, Billy E. Buck, Michael D. Norenberg, Paul Shapshak W. Lee Hearn and Juan Sanchez-Ramos, (1998) Ann. NY AScad Sci, 844:274-291.
"Estudos toxicológicos conduzidos em primatas demosntraram que que a administração oral de ibogaína, em doses 5 vezes maiores (5 x 25mg) que as doses máximas recomendadas para o tratamento da dependência à cocaína e heroína parecem ser seguras e livres de alterações comportamentais e toxicidade cerebelar."
No mesmo trabalho os autores discutem a autópsia de um paciente falecido por causas naturais, que havia préviamente sido tratado com ibogaína por 4 vezes, com doses variando de 10 a 29 mg/kg.
“Não haviam mudanças degenerativas no cerebelo; as células de Purkinge estava normais e não havia evidência de citopatologia ou degeneração neuronal em qualquer outra área do cérebro."
A conclusão que se chega, lendo este trabalho e outros semelhantes, então é que realmente a ibogaína, nas doses recomendadas, em humanos, e utilizada pela via de administração oral, é segura e desprovida de efeitos colaterais a longo prazo. Isso coincide com observações realizadas desde o início do século passado na África, onde ocorre o consumo desta substância desde a pré-história, sem relatos de complicações ou sequelas entre os nativos, sendo que em algumas situações a ibogaína é administrada até para bebês, sem problemas
Independentemente dessas conclusões, continua sendo indicada a administração de ibogaína apenas em ambientes controlados, com acompanhamento profissional e com acesso a recursos médicos.
"Liberdade com responsabilidade"
Novos trabalhos sobre o assunto concluiram que haviam dados a serem considerados antes de se tirarem conclusões precipitadas:
- a dose utilizada era mais de 6 x maior que a dose habitualmente utilizada para tratamentos, que normalmente é de 15 mg/kg;
- a via de administração intraperitoneal aumenta a absorção, facilitando a toxicidade, ao contrário da via oral, habitualmente utilizada;
-aparentemente existia uma sensibilidade específica dessa raça de camundongos, visto que estes resultados nunca mais foram reproduzidos em outros animais
Segundo o trabalho abaixo, a mortalidade de camundongos aos quais foram administrados 100 mg/kg de ibogaína via oral foi ZERO
Acute toxicity of ibogaine and noribogaine.
Kubiliene A, Marksiene R, Kazlauskas S, Sadauskiene I, Razukas A, Ivanov L.
Department of Analytical and Toxicological Chemistry, Kaunas University of Medicine, A. Mickeviciaus 9, 44307 Kaunas, Lithuania. astakubiliene@gmail.com
Assim sendo, uma equipe da Universidade de Miami resolver realizar outra pesquisa para esclerecer melhor os fatos, utilizando-se de chipanzés, visto esses serem mais comparáveis a humanos,e as conclusões estão baixo:
Medication Development of Ibogaine as a Pharmacotherapy for Drug Dependence,Deborah C. Mash, Craid A. Kovera, Billy E. Buck, Michael D. Norenberg, Paul Shapshak W. Lee Hearn and Juan Sanchez-Ramos, (1998) Ann. NY AScad Sci, 844:274-291.
"Estudos toxicológicos conduzidos em primatas demosntraram que que a administração oral de ibogaína, em doses 5 vezes maiores (5 x 25mg) que as doses máximas recomendadas para o tratamento da dependência à cocaína e heroína parecem ser seguras e livres de alterações comportamentais e toxicidade cerebelar."
No mesmo trabalho os autores discutem a autópsia de um paciente falecido por causas naturais, que havia préviamente sido tratado com ibogaína por 4 vezes, com doses variando de 10 a 29 mg/kg.
“Não haviam mudanças degenerativas no cerebelo; as células de Purkinge estava normais e não havia evidência de citopatologia ou degeneração neuronal em qualquer outra área do cérebro."
A conclusão que se chega, lendo este trabalho e outros semelhantes, então é que realmente a ibogaína, nas doses recomendadas, em humanos, e utilizada pela via de administração oral, é segura e desprovida de efeitos colaterais a longo prazo. Isso coincide com observações realizadas desde o início do século passado na África, onde ocorre o consumo desta substância desde a pré-história, sem relatos de complicações ou sequelas entre os nativos, sendo que em algumas situações a ibogaína é administrada até para bebês, sem problemas
Independentemente dessas conclusões, continua sendo indicada a administração de ibogaína apenas em ambientes controlados, com acompanhamento profissional e com acesso a recursos médicos.
"Liberdade com responsabilidade"
04 março, 2010
Onirofrênico X Alucinógeno
A Ibogaína não é alucinógena, é onirofrênica, (Naranjo, 1974; Goutarel, Gollnhofer, and Sillans 1993), ou talvez seja melhor dizer, remogênica. Isso significa que ela estimula a mente de maneira a fazer com que o cérebro sonhe, (o chamado sono REM), mesmo com a pessoa consciente. Ocorre um estado de “sonhar acordado”, sem perda de consciência, sem mudança na percepção do meio ambiente e sem ilusões, e também sem perda da forma do pensamento nem despersonalização.
Do ponto de vista da neurofarmacologia, a substância não se liga ao receptor 5HT 2a, receptor este que é o alvo "padrão" dos alucinógenos.
Isso pode ser comprovado, alem de clinicamente, pela realização de um eletroencefalograma (EEG) após ser ministrada a substância, exame esse que vai mostrar o traçado típico do sono REM, e não padrões de alucinações.
Como podemos ver nas imagens abaixo, existe uma diferença muito grande entre os traçados eletroencefalográficos obtidos durante o sono REM e durante episódios alucinatórios, (Gutarel ET al, 1993; Lotsof and Alexander, 2001; Alper, 2001).
Fonte desta imagem : Unifesp
O traçado da Ibogaína é muito semelhante ao do sono com sonhos (REM)
Já o traçado de alucinações é bem diferente:
Fonte desta imagem: answers.com
Alem disso, clássicamente, os alucinógenos manisfestam seus efeitos com os olhos abertos, enquanto a ibogaína apenas com os olhos fechados, o que corrobora a afirmação de que a ibogaína não é alucinógena, diferentemente do LSD, por exemplo.
Esse sonho "induzido", segundo o Dr. Carl Anderson, do MacLean Hospital, filiado à Universidade de Harvard, seria responsável pelo efeito anti-dependência da ibogaína, devolvendo a essas pessoas com danos psíquicos o poder curativo de seu sono e de seus sonhos. Ainda segundo este autor, existe uma similaridade muito grande entre o "sonhar acordado" da ibogaína com o sonho fetal.
Como o sonho é o responsável pela organização das idéias, dos pensamentos, fixação de memórias e outros mecanismos de organização mental, é fácil entender que o "sonhar intensivo" da ibogaína tenha um efeito restaurador cerebral.
São muito importantes essas informações, visto que um dos principais motivos pelos quais pessoas desinformadas tem restrições à ibogaína, é esta falsa crença que a substância seria alucinógena...mesmo que fosse, isso não seria motivo para não ser usada em situações clínicas; apenas a guisa de exemplo, o Dramin em altas doses e a ciclobenzaprina (Miosan) em doses terapêuticas, são alucinógenos, fato inclusive referido na bula deste último medicamento.
Atualizado em 07/07/11
Do ponto de vista da neurofarmacologia, a substância não se liga ao receptor 5HT 2a, receptor este que é o alvo "padrão" dos alucinógenos.
Isso pode ser comprovado, alem de clinicamente, pela realização de um eletroencefalograma (EEG) após ser ministrada a substância, exame esse que vai mostrar o traçado típico do sono REM, e não padrões de alucinações.
Como podemos ver nas imagens abaixo, existe uma diferença muito grande entre os traçados eletroencefalográficos obtidos durante o sono REM e durante episódios alucinatórios, (Gutarel ET al, 1993; Lotsof and Alexander, 2001; Alper, 2001).
Fonte desta imagem : Unifesp
O traçado da Ibogaína é muito semelhante ao do sono com sonhos (REM)
Já o traçado de alucinações é bem diferente:
Fonte desta imagem: answers.com
Alem disso, clássicamente, os alucinógenos manisfestam seus efeitos com os olhos abertos, enquanto a ibogaína apenas com os olhos fechados, o que corrobora a afirmação de que a ibogaína não é alucinógena, diferentemente do LSD, por exemplo.
Esse sonho "induzido", segundo o Dr. Carl Anderson, do MacLean Hospital, filiado à Universidade de Harvard, seria responsável pelo efeito anti-dependência da ibogaína, devolvendo a essas pessoas com danos psíquicos o poder curativo de seu sono e de seus sonhos. Ainda segundo este autor, existe uma similaridade muito grande entre o "sonhar acordado" da ibogaína com o sonho fetal.
Como o sonho é o responsável pela organização das idéias, dos pensamentos, fixação de memórias e outros mecanismos de organização mental, é fácil entender que o "sonhar intensivo" da ibogaína tenha um efeito restaurador cerebral.
São muito importantes essas informações, visto que um dos principais motivos pelos quais pessoas desinformadas tem restrições à ibogaína, é esta falsa crença que a substância seria alucinógena...mesmo que fosse, isso não seria motivo para não ser usada em situações clínicas; apenas a guisa de exemplo, o Dramin em altas doses e a ciclobenzaprina (Miosan) em doses terapêuticas, são alucinógenos, fato inclusive referido na bula deste último medicamento.
Atualizado em 07/07/11
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03 março, 2010
Frasco antigo de Ibogaína
Caixa de drágeas de ibogaína, do Hospital de Paris, França.
Início do século XX
L'Ibogaine (Extraite del Iboga du Congo)
It is indicated for neurasthenia, depression & chronic fatigue.
Dose: 2 a 4 par jour.
Fonte: Clare Wilkins, Pangea Biomedical, Tijuana, México
01 março, 2010
Ibogaína na Venezuela
Na nossa vizinha Venezuela o uso da Ibogaína já está a caminho de se tornar política pública de combate à dependência...
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